Nesta cidade onde o dia não passa... o tempo me ignora, viro brincadeira na mão do destino.
Não há ninguém que eu conheça, ou que eu queria conhecer.... não há nada, para me fazer mudar, seguir, lutar.
Chove lá fora, mas aqui dentro me inundo de nostalgia por sentimentos que nunca senti, e desejos que nunca tive.
O branco das paredes me parecem um sanatório: não sei se sonho ou vivo, nem sei se sou ou se já fui... se ainda tenho pulso, é por mero esquecimento da morte, que deve estar perambulando por outros cantos.
A tristeza me é agoniante: lembrar do gosto de beijos que não posso mais degustar; de conversas e risos que não poderei mais escutar... enquanto perco minha vida neste lugar, o universo continua a mudar.
E é com todas as incertezas possíveis de se ter, que me deito para dormir, para tentar me achar, em qualquer lugar, pois a única certeza que tenho... é que não estou em mim.
Por alguns instantes me senti mal por você. E é estranho quando a gente conhece o autor, porque a gente se sente mal por saber que o outro está mal e este sentimento de mal estar é direcionado a alguém.
ResponderExcluirA situação seria totalmente diferente se eu estivesse lendo um texto do Machado, por exemplo. Pois, me sentiria mal da mesma forma pelo autor, mas o sentimento seria geral e eu saberia que não há nada que eu pudesse fazer. O que, no final das contas, me faria me sentir, no mínimo, em paz comigo mesmo.
Não que eu pudesse fazer muita coisa pra mudar o que você está sentindo... Mas, o que eu queria comentar mesmo é a respeito da "nota de rodapé" dizendo como você (o autor, não a persona que está se expressando) está se sentindo. Ao lê-la, senti a mesma paz que sentiria se não lhe conhecesse. [Isso é um elogio]